sábado, 11 de agosto de 2012

As marcas das palavras



                                                  





                                                             Amamos nossos filhos, queremos o melhor para eles, mas às vezes agimos como se o amor encobrisse o peso das nossas palavras e ações. Não temos consciência do quanto os atingimos com o que fazemos e dizemos a acho que eles também não tem . A palavra é um instrumento, e como tal, tanto pode ser usada para o bem quanto para o mal. Ela também tem o poder de destruir, arruinar, deprimir, de causar toda sorte de dor à alma de alguém, podendo deixar profundas marcas.


Além da força que a palavra traz em si, sua influência pode ser muito mais devastadora dependendo de quem as profere, do significado que tem para nós a pessoa que a proferiu. Uma criança, por exemplo, pode ficar muito ferida com o que um colega tenha dito, ou até um desconhecido. Mas quando certas coisas são ditas pelos pais ou pelos filhos, a força é extremamente maior, o significado é muito mais forte, deixam raízes muito mais profundas.


Palavras duras despertam raiva levando a atitudes de rebeldia. "... A palavra dura suscita a ira".(Pv 15. 1) 


As pessoas são criticadas por suas atitudes, mas ninguém sabe das mágoas que motivam estas ações. Certas palavras ditas pelos pais e filhos deixam feridas abertas por longos anos ou para sempre levando os mesmos a agirem de forma a serem julgados mal, por todos. 


Muitos vezes apanhei e claro fiquei magoada sim, mas isso não me fez uma pessoa má e sem ética. As palavras certamente ferem mais que a vara. hoje tenho certeza disso!


Não estou defendendo que a melhor maneira de resolver as coisas é batendo. Acredito que na maioria das vezes não resolve nada. Como já disse, estou apenas tentando mostrar que determinadas palavras têm o poder de ferir muito mais que muitas varadas. A dor do corpo pode passar com o tempo, mas a dor da alma, às vezes, nem o tempo pode curar.


"Numa conversa que ouvi entre dois garotos, um deles disse:"


- "Eu prefiro quando meu pai me bate do que quando ele zanga comigo".


É claro que boa coisa ele não devia ouvir. O fato de a criança apanhar dá a ela a sensação de ter pagado pelo erro, alivia a consciência. Mas quando ouve uma bronca dos pais, dependendo do que eles dizem, sua culpa se torna maior. ( será?)




"O diálogo é a melhor solução. Porém, se não conseguirmos evitar uma atitude mais enérgica, é importante lembrar que não podemos bater de qualquer jeito. Quando um pai bate, por exemplo, no rosto de um filho, a única coisa que ele consegue é humilhar e despertar muita raiva na criança". Mas alguém já perguntou ao pai ou a mãe porque ele bateu no rosto do seu filho?


Quando um pai bate, movido pelo ódio, corre o risco de passar dos limites e se arrepender depois, além de não conseguir ensinar a criança o que ela precisava aprender. Mas como controlar a raiva das coisas que o filho fala? Existe alguma formula?


A Bíblia nos ensina a não usar as mãos para bater numa criança e sim a vara. É porque as mãos têm que estar associadas ao carinho, ao afeto e não à agressividade. Talvez a Bíblia se refira a vara porque naquela época não havia chinelos. As sandálias eram de couro e amarradas aos pés, o que deveria dificultar seu uso para estes fins, e as varas deveriam existir com fartura. Para os que vivem numa cidade grande, fica difícil conseguir varas, por isto o chinelo é o que funciona. "Nem sempre"!


Num congresso de terapia familiar, há algum tempo, alguém perguntou a um importante terapeuta se ele era a favor de se bater nos filhos. Ele respondeu que não aconselha nenhum pai ou mãe a agir desta forma, mas disse que quando era criança levou uma surra de seu pai, por ter feito algo muito errado. E acrescentou que hoje é um homem de bem, que não entrou num caminho errado graças à atitude enérgica de seu pai. " Vai entender"!


É preciso ter ponderação, saber a melhor maneira de agir em cada situação. Isso é muito difícil! Quem bate por qualquer coisa, com o tempo perde o respeito dos filhos. Eles se acostumam com as surras. E quando não se bate por qualquer coisa e eles fazem coisas absurdas . O que devemos fazer?
Com bom senso, cada um pode encontrar a forma mais adequada de agir em cada momento. E quando usamos todo o bom senso do mundo e eles não querem entender de forma alguma. O que devemos fazer?


Seja qual for a situação, é preciso ter consciência de que não podemos agir impulsivamente. Não podemos nos esquecer de que ferimos, com atitudes e com palavras, de forma marcante. Porem eles podem tudo!


Mesmo já tendo usado o chinelo algumas vezes, eu creio que podemos ensinar qualquer coisa aos filhos com diálogo, carinho e compreensão. Não podemos não infelizmente...




Texto reproduzido, e adaptado de acordo com o que estou vivendo nesse momento... Com permissão, do livro O Poder da Palavra dos Pais, de autoria da Dª Elizabeth Pimentel. Paulínia, SP: Apta Edições, 2005, 4ª ed..

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